A voz e poder de criação
- Raquel Lara Rezende
- 13 de fev. de 2023
- 4 min de leitura

O tempo todo você exerce o poder de criação da sua voz. Com a sua voz, você cria sentidos, você gera emoções em outras pessoas, você cria realidades e mundos.
Com a sua voz você cria conexão. Você gera unidade, ou separação. Você manifesta amor, ou produz julgamento. E o tempo todo o que você cria passa pela sua decisão.
Só que quando não estamos atentos, presentes, centrados em nosso centro de amor, essas decisões se dão de forma inconsciente, baseadas nas crenças, nos padrões familiares e sociais aprendidos e nas repetições que ficaram impressas na psiquê.
Cada um de nós é responsável pelo o que cria com a própria voz. Com a própria palavra. Com o próprio canto. Por isso, é tão importante saber se escutar, se sentir, alinhar a sua voz com o seu coração que é um portal para o saber que já está em você e sempre esteve.
Tudo isso faz parte do que eu chamo de “consciência da voz”. Que diz respeito à percepção da sua própria voz, o sentir e experimentar a sua voz e ao uso que você faz dela.
O poder criador é em si o próprio som que também é movimento e expansão. Por isso, você é o poder criador nessa forma humana, porque você é puro som!
O poder de criação do som
“Aí ele cantou: Faça-se o mundo! E fez-se o mundo”. Assim o criador do mundo, na mitologia asteca, rompe seu silêncio para criar o mundo e os seres humanos. Assim como a mitologia asteca, inúmeras cosmogonias trazem a consciência de que a criação se dá a partir do som.
Entre os chineses, os hindus e os cristãos, o som também é protagonista na criação. Na sabedoria antiga chinesa e indiana, a entoação da sílaba OM, representa o som cósmico, a vibração primária que dá origem a toda a vida. Esse som primordial, também é e entoado como AUM, AMN, AMEN, AMEEN, OMEN, OMON, I AM, HU, YAHUVAH.
Também há referências à criação por meio de variados verbos. Os sumérios, por exemplo, acreditavam que os deuses haviam criado o universo com suas “poderosas ordens”. E podemos encontrar histórias semelhantes nos mitos dos hebreus, celtas, chineses, egípcios, índios americanos e andinos.
Por exemplo, alguns documentos do Antigo Império do Egito, citam que o deus da criação Rá assim criou o mundo: “Numerosas são as formas daquilo que procede da minha boca”, e mandou que a Terra e os céus se erguessem da imensidão das águas.
A lei da vibração
No documento chamado as 7 Leis do Kybalion, de autoria de Hermes Trismegisto, encontramos a Lei da Vibração, a partir da qual se entende que “nada está parado, tudo se move, tudo vibra”, ou seja, tudo é energia. Esse postulado, que é parte dos ensinamentos dados por Hermes no Egito Antigo, hoje é cada vez mais confirmado, através de diferentes estudos e experimentos da física quântica e de outras áreas do saber que se dedicam a entender as ações dos sons em nosso corpo físico e em nosso campo eletro magnético.
No nível mais fundamental, o seu corpo e tudo o que existe no universo é feito de átomos que se organizam em estruturas maiores que chamamos de moléculas. Tudo o que você é, incluindo a sua consciência, é resultado das interações químicas e elétricas, a nível atômico.
Durante muito tempo acreditou-se que o átomo era feito de matéria, e hoje sabe-se que o núcleo do átomo é energia condensada, e não matéria. Com isso, entende-se que a nível ultramicroscópio, nada é material, tudo é vibração, tudo é feito de energia condensada. E Tudo é vibração, porque toda energia é em si movimento e todo movimento possui uma vibração/oscilação que gera uma frequência.
Isso quer dizer que tudo em você está o tempo todo emitindo frequências, só que muitos de nós nem percebemos, porque, de uma forma geral, o ouvido humano capta frequências que vão de 20 hz até 20.000 hz. O que não quer dizer que isso não possa mudar e, inclusive, muitas pessoas desenvolveram a habilidade de perceber frequências mais altas e mais graves que vão além dessa média.
Podemos entender, assim, porque o som tem tanto impacto em nós e na realidade ao redor. Masaru Emoto, cientista japonês, através de seus experimentos com cristais de água, demonstrou como as palavras podem interferir em sua organização molecular. E se pensamos que cerca de 70% do nosso corpo é constituído por água, nos damos conta do impacto que palavra, e principalmente a palavra falada (pelo poder do som), tem em nós.
Ser um com a sua voz
Quando você é um com a sua voz, você reconhece o Ser poderoso que você É.
Ser um com a sua voz é estar em um nível de coerência em que tudo o que criamos com nossa voz – tudo o que dizemos, expressamos e emitimos através das palavras que usamos, da entonação e dos sons que emitimos – sem qualquer sentido linguístico – está alinhado com o que sentimos e com quem somos.
Por isso, algo fundamental, e que acontece naturalmente quando começamos a trazer nossa atenção para a nossa voz, é a expansão da ESCUTA!
A nossa escuta externa e, principalmente a nossa escuta interna. Pois é desenvolvendo a nossa capacidade de nos escutarmos que teremos uma escuta mais qualificada para o outro. E aqui está um grande tesouro para nós!
Ao nos escutarmos, temos mais condições de saber e sentir a nossa verdade: o que realmente faz sentido para nós, o saber que já está em mim e que não carece de nenhum tipo de validação ou reconhecimento externo. Esse sentido profundo de Ser e se reconhecer. Tudo isso nos libera de um monte de acordos sociais, crenças, máscaras que nos colocamos, porque assim aprendemos a fazer para nos “en-caixar” na sociedade, ou sermos aceitos e bem quistos nela.
Ao ser um com a sua voz, você é consciente do poder da sua palavra, do poder da sua voz e a usa com Presença, com Amor e consciência. Sendo responsável pelo que está criando, manifestando e alimentando com o seu som.
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